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3 de fevereiro de 2017 às 08:00.

Alunos, professores e funcionários da Universidade paralisam aulas

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Nos discursos que se seguiram, os representantes de entidades se solidarizaram ao professor, nominado como “membro da comunidade científica brasileira, respeitado nacional e internacionalmente“. As lideranças encaminharam a proposta de que fossem realizadas assembleias permanentes no ICHL e que as aulas fossem suspensas” até que o reitor, professor Octávio Mourão, tomasse uma posição a favor dos professores e estudantes da universidade” (A Notícia de 8 de outubro de 1983, p.03)

A nota oficial também foi o assunto do dia na Assembleia Legislativa. “O mestre em questão é por demais conhecido em Manaus, sendo reconhecidamente um grande pesquisador e, certamente, a arma comprada foi para utilizar em suas andanças pela selva, enfrentando os mais perigosos animais“, afirmou o deputado estadual Natanael Rodrigues (PDS). O deputado estadual José Belo Ferreira (PDS) indagou: “se diante do governo eleito pelo povo acontecem fatos dessa natureza, o que não seria de nós se continuássemos numa ditadura?” (Jornal do Commercio de 8 de outubro de 1983, p.05).

No dia seguinte, as aulas da universidade foram, de fato, paralisadas, como resultado da mobilização conjunta de alunos, professores e funcionários. Segundo os líderes, nesse primeiro dia, o movimento de paralisação contou com mais de 80% de adesão da comunidade universitária.

Em 10 de outubro, o professor Arruda depôs na Assembleia Legislativa, a convite da bancada do PDS. “Juro pelos meus seis filhos, aos quais dedico todo o meu amor, que a arma comprada por mim foi com o objetivo de utilizá-la, se preciso fosse, durante as minhas andanças pelo mato, em missão científica da Universidade do Amazonas, em pesquisas de ervas medicinais“, declarou Arruda, enfatizando que a compra do rifle havia obedecido os trâmites legais e que a arma era uma “ferramenta de trabalho, na coleta de plantas na mata” (Jornal do Commercio de 11 de outubro de 1983, p.04).

As aulas na UA continuavam suspensas naquele dia, e o Conselho Universitário se reuniu para analisar as reivindicações da comunidade. A decisão foi a de não “tomar nenhum posicionamento com relação à situação do professor Frederico Arruda“. Segundo o Conselho, o caso estava encerrado. Como era de se esperar, os estudantes não aceitaram a decisão, entenderam que “o órgão não tem representatividade” e decidiram continuar com a paralisação (A Notícia de 11 de outubro de 1983, p.01).

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